CIRCULAR Nº 03 / 2024
Fruto do Espírito e Boas Obras
Caros irmãos, A paz de Deus.
O presente conselho traz à memória o dever que temos de produzir frutos para honra e glória a Deus. O fruto do Espírito leva à santificação, e por ela são realizadas as boas obras que agradam a Deus.
Antes do Senhor Jesus se fazer conhecido do povo, João Batista já pregava no deserto anunciando o batismo do arrependimento, dizendo:
“Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” (Mat 3:2) E após o batismo dizia:
“Produzi pois frutos dignos de arrependimento;” (Mat 3:8)
“E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo.” (Mat 3:11)
Os que eram batizados no batismo de João Batista não conheciam a ação do Espírito Santo (At 19:4), pois ainda não havia sido enviado, o que só ocorreu depois que o Senhor Jesus voltou para o Céu. Assim, entendemos que o fruto do Espírito na vida daqueles que eram batizados por João só se manifestou após receberem o Espírito Santo enviado, na primeira dispensação, no dia de Pentecostes.
Quando, em Jerusalém, ouviram falar que em Samaria receberam a Palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João, que oraram para que recebessem o Espírito Santo, porque sobre nenhum deles tinha ainda sido manifesto; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus. Então, lhes impuseram as mãos e receberam o Espírito Santo.
Paulo escreveu aos romanos:
“Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. E que fruto tinheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.” (Rom 6:20 a 22)
Paulo em sua epístola, escreveu aos Gálatas: “… Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gal 5:16), pois o fruto do Espírito é produzido pela ação do Espírito Santo na vida da pessoa, e isso ocorre quando ela crê no Senhor Jesus e O aceita como seu Salvador, tornando-se uma nova criatura. Os sinais dessa nova vida aparecem pelo fruto que produz, cujas virtudes são: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (Gal. 5:22). Assim, o fruto do Espírito nos leva à santificação.
BOAS OBRAS QUE AGRADAM A DEUS
As boas obras que agradam a Deus são provenientes da santificação, sem a qual ninguém verá a Deus, mas a salvação é pela fé e graça do Senhor Jesus.
O homem, por sua natureza e consciência, sabe quais são as boas obras e as más obras, pela origem de Adão, cujo pecado o fez conhecer o bem e o mal. Assim, o ser humano já nasce destituido da glória de Deus, sob a condenação do pecado. Por isso, Paulo escreveu aos romanos assim:
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (Rom 3:23) E, ainda:
“Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.” (Rom 3:10 a 12)
Então, as boas obras que o pecador pode fazer são oriundas de sua consciência, pois sabe naturalmente fazer o bem ou o mal. Vejamos o que disse Jesus:
“Se, vós pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos pedirem?” (Mat 7:11).
Essas boas obras não têm poder para salvação. Não é necessário alcançar a fé e graça do Senhor Jesus para praticar essas boas obras, visto que tanto essas boas obras, quanto as más obras são de sentimentos humanos.
Um homem mau, por exemplo, é capaz de fazer boas obras para seus filhos, assim como, também, é possível realizar uma obra filantrópica, mas com motivação diferente do proposto por Deus, como para própria vanglória ou reconhecimento da sociedade. Como diz a Escritura:
“E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.” (1 Cor 13:3)
Mas as boas obras nas quais devemos andar, segundo a Palavra, são aquelas que provém da graça transformadora, que se alcança pela fé, pois pela fé se pode agradar a Deus. Assim como escreveu Paulo:
“Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2:7 a 10)
Assim, essas boas obras não são a causa da nossa salvação, mas são o efeito dela. Por isso, não praticamos as boas obras para salvação, mas praticamos porque somos salvos pela fé em Jesus Cristo.
O apóstolo Tiago escreveu que a fé sem obras é morta em si mesma (Tiago 2:17). Assim, as verdadeiras boas obras não são aquelas que estão carregadas de boas intenções humanas, mas são aquelas que estão vestidas da justiça de Cristo, pois Ele é o Autor e consumador da nossa fé. Não se deve praticar boas obras de misericórdia esperando o louvor dos homens, pois isso é hipocrisia diante de Deus (Mat 6:2).
Ninguém se engane pensando que a prática de boas obras sociais e demais bondades que se possa fazer, seja a razão de salvação. Porém, as boas obras produzidas por meio da fé, oriundas da santificação, são resultado do fruto do Espírito e isso testifica nossa proximidade com Deus. A salvação é pela graça do filho de Deus, independentemente de quaisquer méritos que o homem possa ter.
Vossos irmãos em Cristo,
O Conselho de Anciães